Brisa Entrevista... Jotapê Pabst
Gente para quem não conhece, Brisa Ink é um Blog super, mega bacana, sobre tattoos. E resolvi compartilhar uma entrevista que ela fez com o Tatuador Jotapê, achei muito bacana a matéria e a interatividade deles nos comentários do post. Dêem uma olhada porque compensa muito. Bjim!
Nome: Jotapê Pabst
Idade: 24Signo: Escorpião/Tigre
Estilo de tattoo que curte: Acima de tudo, os tradicionais. Tanto o tradicional ocidental, quanto o oriental e os mais ancestrais são os principais pilares da tatuagem contemporânea. A tatuagem tradicional carrega uma série de valores que devem sempre ser respeitados. Mas eu também não sou um conservador radical. Eu acho que a tatuagem ainda tem muito espaço pra evoluir em termos artísticos. Mais recentemente eu tenho gostado bastante de alguns movimentos contemporâneos, como a escola do Thomas Hooper e do Lyam, de Nova York, e do Yann Black de Montreal, e também daquela cena meio graffitti de Madrid, com o Deno, o Gore e o Bara, além das outras inúmeras releituras adaptadas dos estilos clássicos que têm por aí.
Artistas/tatuadores em que se inspira: Porra! São muitos. Vou tentar sintetizar um pouco. Em primeiro lugar os meus mestres, Aldemir Martins e Rubens Matuck, com quem eu aprendi a gostar de todo tipo de arte e não ter preconceitos, e Rick Pacchini, que me ensinou praticamente tudo que eu sei na tatuagem.Me inspiro bastante também na escola criada pelo August “Cap” Coleman, e aperfeiçoada pelo Sailor Jerry. E na escola criada pelo Dan Higgs e aperfeiçoada por muitos outros tatuadores, como a tal cena de Madrid.Aprendi a desenhar mulheres graças a desenhos de “Texas” Bob Wicks, garimpados em meia-dúzia de livros, o cara era mestre demais.Lá em cima eu já citei as escolas do Thomas Hooper, do Lyam e do Yann Black… gosto muito também do estilo do pessoal do Welldone Tattoos de Buenos Aires, Mariano Castiglioni, Dominguez Dumois, KB, Naza, e especialmente do Piranha, que em menos de dois anos tatuando, já tem um trabalho surreal.Tem também todos os tatuadores tradicionais japoneses, Horiyoshi, Horikoi, Horitomo, Horitaka, Horichyo, Horihide, Horirico e Shion, e os mais contemporâneos Sabado, Genko, Hiro, Ritsu, Rei, entre outros.Também admiro muito os trabalhos do Tinico e do Jun Matsui, e dos embaixadores da tatuagem húngara em São Paulo, Ivan Szazi, Misi Karai, e Laci Kis, todos amigos próximos que estão sempre me ajudando.Teve todo o pessoal daqui que quase uma década atrás me inspirou a querer ser tatuador, Márcio Duarte, xTetéx, Hercoly, Pedro Lucente, Neto, Maurício Teodoro, Mauro Landin, Fabio Pimentel, Arthur Camargo, Chivitz, e outros que eu fui conhecendo depois, xManekox, xBicudox, Julio Casagrande, Kalunga, Gabriel Ribeiro.E ainda tem todo o pessoal da velha-guarda, Charlie Wagner, Huck Spaulding, Paul Rogers, Willie/Walter/Stanley Moskowitz, Owen Jensen, Lyle Tuttle, George Burchett… Putz, tem mais um monte de gente, vou parar, senão não acaba mais.
Quanto tempo tatua: 7 anos.
Eu sou… Tatuador, né. Faço ilustrações e caricaturas também, paralelamente.
Descobri o mundo das tatuagens… através da minha mãe. Ela começou a se tatuar com 40 anos, quando eu tinha uns 13. Fez uma lagartixa minúscula no braço. Depois uma cobra, uma estrela náutica, e dois anos depois – junto com meu pai – já era uma grande colecionadora de tattoos, com os braços e costas fechados. Nesse meio-tempo ajudou a montar o estúdio Atomic Tattoo em sociedade com o Hercoly, e lá eu convivi um pouco com a energia de um estúdio de tatuagem, foi meio que amor à primeira vista. O mais difícil foi que minha mãe não me deixou tatuar com menos de 18 anos, mesmo já estando lacrada de tattoos. Acho que foi uma das coisas mais sábias que ela poderia ter feito. ( só Deus sabe as idéias que eu tatuaria no auge da minha adolescência).
‘Don’t do it’ Tattoo é: …….. pô. Não sei. A quantidade de idéias absurdas – que acabaram dando certo – que as pessoas trazem pra mim acabaram me ensinando que toda idéia tem potencial pra se tornar uma boa tattoo. Cabe ao tatuador conseguir entender e desenvolver essa idéia da melhor forma, ou reconhecer suas limitações dentro da proposta e deixar para outro fazer. Dar tempo ao tempo também é uma boa alternativa. Tive um cliente que foi fiel ao ponto de esperar dois anos até eu ter a inspiração pra idéia que ele queria tatuar, e eu acho que valeu à pena.É lógico que tem idéias que acabam sendo ridículas. Mas aí é uma coisa que varia muito de pessoa pra pessoa. Um Jesus Cristo realista extremamente tosco e mal-feito pode parecer ridículo em uma moderninha neo-hipster, mas no pedreiro que toma pinga com limão às 8 da manhã no boteco aqui da esquina fica muito mais legal do que uma tattoo colorida refinada. Nem acho que seja um lance de planejar ao longo de anos a tattoo, porque tatuagem é uma coisa de impulso também. Acho que a essência de fazer uma tatuagem tá mesmo no caráter da pessoa, das suas convicções consigo mesma. Uma pessoa com a cabeça fraca, aquela que hoje em dia vai tatuar mais por piada ou obrigação social do que pela vontade em si, acaba tendo muito mais chances de acabar com uma ‘don’t do it’ tattoo.E, apesar de achar bem válido aloprar a ‘don’t do it’ tattoo alheia, o que interessa mesmo no final das contas é o que a tattoo representa pra pessoa, e como ela combina com quem a veste. Hercoly, um dia, disse: “cada um tem a tattoo que merece”. E eu acho que essa é a frase que melhor descreve o universo da tatuagem.
Site: http://www.flickr.com/photos/blackhattattoos
Estúdio: Black Hat Tattoos, Rua Cardeal Arcoverde, 846. Tel: 2691-7714]
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